quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O mais difícil é não poder estar em lugar nenhum ao mesmo tempo

Sabe aqueles lugares que quando você vai ficam marcados na sua memória? 
E que de tanto você lembrar, acaba enviando energias positivas pra lá? E que chega uma hora que sente uma gastura quase esquizofrênica de voltar e judia demais só pensar em não estar lá outra vez, porque o lugar já faz parte da sua historinha juvenil? 
Eu descobri que isso tem muito em mim.. e que tentar não marcar os lugares me dá a impressão de alguma anomalia mental e me causa um desequilíbrio desde a minha unha mal cortada do dedo mínimo do pé direito até o maldito fio de cabelo que teima ficar levantado, (safadhêênho). 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

mas eu,

queria poder extinguir todos os possíveis "NÃO POSSO" da minha vida.

mas é que eu,


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Bom xibom, xibom bombom

Analisando essa cadeia hereditária, o vento pode ser um deus (ou Deus), pode ser ateu, sempre quis que fosse meu, pode ser poeira, ser ciclone, pode ser Bahamas, ser só uma dama que confunde brincadeira com pirraça e levanta a ponta da saia pra assustar a menina e acordar o rapaz.
A vida toda eu me inspirei nessa vibe dos ventos. E quando eu deito em alguma grama, aí que eu acredito mesmo que ele faz algum sentido. Vento tem som de riso e faz desenho bonito nos galhos, nas folhas do caderno, na água, nos casais, nas pipas, nos quintais. Ele tem a mania de bagunçar o cabelo que é pra as vezes fazer cócegas na nuca. E quando  ele sopra o perfume da camisa limpa é pra abreviar o conforto com a própria companhia. E se ele fosse música, tocaria no meu rosto pequeno nos dias simpáticos e nos dias chatos. Porque vento combina com calor, com flor, com nuvem, com lua, com testemunha, com janela, com brechas. Com o nervoso do primeiro beijo, com criança suada, com vizinho na calçada, com rima na madrugada solitária. E eu acho "massa". Sempre depositei confiança interna (até esperança) nele. 

-Ôôô vento, meu brother, me diz lento o que virá, valáá... eu tô meio em apuros cogitando a hipótese de navegar longe da costa, de desatar a corda e me mandar. Um beijo, um cheiro e um queijo procê, seu vento irregular. 


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sobre as coisas (quase) sem querer.

Alguém jogou um punhado da combinação máxima de Vênus e me falou de um arranhão no lado esquerdo. Mas só me chamou atenção quando falou de ironias, do inglês que eu não sabia e do bar da esquina.


Deve ser pra isso que existe a utopia... pra descobrir, distraída, que existem trilhas sonoras desconhecidas (nesse caso, na sacola de ascendentes em libra).

sábado, 18 de dezembro de 2010

Certas coisas me matam aos poucos.
Vou morrer, juro! [seja lá o que isso signifique].

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Papo (a) fiado

É sempre imprecisa, confusa e covarde a segunda vez que se diz "nunca mais". E é engraçado como as coisas acontecem depois disso. Ontem eu assisti o final de uma minissérie que eu nem tinha acompanhado, (o lance é que programas da tv nunca me prenderam por muito tempo,nem quando rolava os Ursinhos Carinhosos, o Doug e tal) mas aí tô de recesso criativo depois das 23:00, tentei fazer a egípcia e ler alguma coisa, só que eu acabei me seduzindo pela idéia de saber, afinal, o que querem (mesmo) as mulheres. Na verdade, é uma caralhada de coisas que o autor assume não entender. Na verdade, é que esse rotulo de mulheres complicadas é claramente mitológica. Na verdade é que não há verdade absoluta. Na verdade, é que ninguém sabe a verdade. É que nós, homens e mulheres, somos definidos pelos nossos devaneios, pelos nossos desejos. E na medida que adquirimos o sentido das vontades, dos questionamentos que queremos saber ou fazer, mais dúvidas iremos ter. É um ciclo meio filosófico, meio erótico censurado, meio mal trabalhado. É o que leva  gente fazer coisas que não queria. Não satisfaz mas faz. Homens e mulheres, os dois, simultaneamente podem se  perder no labirinto dos próprios desejos, é a ordem natural do prazer. O carinha lá, o ESPERTÃO que tenta descobrir o mundo-essência-feminino é confrontado pelo acaso. Depois de renunciar qualquer compromisso com o amor, ele reencontra a sua 'óh doce amada' e decreta que NA VERDADE (de verdade), não é o que querem as mulheres, é o que a mulher especifica quer. E que acreditar na incondicionalidade é acreditar no fim do amor, porque nenhum amor e nenhuma mulher são incondicionais. E nem ninguém e nem um grande amor aguentará tudo. Porque nessa vida nada, nem um grande amor, nem uma grande mulher, nem um grande homem serão sem um fim. (grandes amores as vezes não são possíveis, talvez por isso, porque são grandes). O amor é começo, é continuação e também é fim. E sobre as mulheres, fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.. o resto é mar, é tudo que eu não sei contar, já consumava Tom Jobim.


Fica a dica ;)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dasafortunada

eu moro no morro, lá no barracão
num tenho tapete, eu durmo no chão,
e a minha comida é muito poquinha, 
é uma vez só e eu como de mão.


(Não, não é espírito natalino)


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Da bipolaridade de cada um, só cada um sabe.


As vezes eu me apaixono pelas pessoas só pelo desejo de me provar que tava errada. E eu constatei que é sempre quando eu não disponho de tempo, tempo e coragem, tempo, coragem e paciência, de tempo, coragem, paciência e fé. É uma pena, mas eu espero que só poucas pessoas descubram isso. 


domingo, 12 de dezembro de 2010

Revanchista*

* Que ou aquele que é dominado pelo desejo do revanche.


Há, seu moço
tenha dó
tenho sido moça só
A tristeza me comeu
não sei o que me deu
comeu e não pagou
arredou o pé e vuô 


eu nunca cumpro promessa
mas se acho a gaiata
ralo a bunda na calçada
se eu não matar a desgraçada.


é estranho, mas me compreendo. 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


A minha luz interior sobrevive.
Sobreviveu e vive. 
Eu vivo.
E já vi muito.
O que não significa que sou vivida.
Nem esteja sobrevivida.


(?)





sábado, 4 de dezembro de 2010

Tudo que é imaginário existe.

Sempre achei saudável esse lance de encarar os fatos..até mesmo quando se trata de "menores de 6 anos". E ficar inventando "velhinhos dos sacos" pras crianças tomarem banho é foda.

Filha, o papai noel é mentirinha. Ele deriva de uma sociedade manipuladora e capitalista que só visa lucratividade e consumo. Sem falar na prosopopéia limitante do ar que é mega paulera pra velhinhos frágeis viajarem do pólo norte pra cá, guiado por renas num pobre trenó, isso seria imposible mesmo se ele existisse.

Minha filha saberá de toda a verdade. Cruel e amarga verdade. Ou talvez não. As vezes me assusta arcar com conseqüências. Me abrigo no medo se devo ou não devo (medrosos de toda a parte, uni-vos. haha, me encoraja não ser a única des-corajosa).
 Tava sentada na área da casa da minha vó com a minha prima (ela tem a graça e a esperteza de quem tem 4 aninhos, e ela tem.). Eu vejo nela um olhar fixo além da janela. Criança é inteligente e saca muita coisa na ponta dos dedos pequenos.

- a estrela anda, thaíla?
- Não Manu. A estrela não anda meu amô. Quem anda é a nuvem.
- é não. porque eu vejo é a estrela num é a nuvem.
- Olha direito... Ta vendo? é a nuvem que muda de lugar. A estrela ainda tá ali óh.
- quem anda é a estrela, porque ela ta ali e ali e ali... e ali e ali. ta vendo?
- Não aponta pra estrela, Manu. Dá verruga.
- verruga????
- É. é um dodói que aparece na ponta do dedo se tu apontar pra estrela.
- mas a estrela anda, né?

Eu juro que meus pensamentos se anestesiaram vendo os dela em movimento. Tristes malefícios do tempo. Eu já muito perdi esse encantamento pelo céu, pelas coisas que eu acredito e que são cheias de sentido. Nem vejo mais o sol alaranjado e bonito. Só sinto o dia quente, e pronto. Ela sim ainda terá grandes descobertas.

- é sim princesa. Acho que as estrelas andam.

Por enquanto, deixa ser.=) As grandes verdades também podem ser perigosas.


Me emociona ver ela pronunciando meu nome direitinho e meu tio, broxante, só conseguir me chamar de Traíra. 
Ela é mais linda por isso.