sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ainda que eu falasse...

Levantei a bandeira branca já velha e surrada. Cambaleante igual a mim. Um tiro no peito e eu ainda perseverante. Querendo parar e me encostar, querendo continuar a caminhar. A fraqueza do grande e a coragem do fraco. Coisa ficcional, eu pensei. Do que se trata o adiante quando golpeado?

Lembrei das feridas que doem mas não se sentem. Das dores que desatinam sem doer. E ainda que cortante, avante!

domingo, 12 de janeiro de 2014

Aquilo que não é domado

O que me assusta em dias como esse é sustentar o desconforto de que o coração parece ser como esses que a gente desenha, esses que não tem qualquer semelhança com a realidade, alguns com uma setinha cravada bem no meio, que são feitos independentes, como se fosse um órgão livre e separado de todo o resto.
Amar as vezes é ter no peito um coração desses assim, sozinho, meio desencorporado, sem vínculo com a razão, e que, em alguns momentos, se esvazia dessa urgência que é ter coerência.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Eu queria não sofrer de inexatidão

É clichê, é velho e é batido, mas só eu sei como não sei mais escrever. Fiquei, sobretudo quando tudo sobra, vazia de escrita. Talvez exista alguma forma de não dizer que diga tudo e um pouco muito mais. No entanto, fico reprisando: é uma perda que algumas coisas sejam sentidas sentidas sentidas e se recusem a serem ditas.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Constatações do presente momento

Mesmo quando eu sou só um fragmento, um abandono, o que era pra ser vazio fica meio cheio. O vazio está sempre meio cheio e não da pra imaginar isso de forma lógica. Tenho pensado nos dias afetuosos e nos dias difíceis. Nos erros que me lembram os remendos. Ou o contrário.

De repente, ou não tão de repente, passa-se muito tempo pensando... 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Dos silêncios que são os vazios das ausências

Reclamar de algumas dores faz parte do meu processo. Talvez do meu novo processo. Reclamar de algumas dores (até a menor delas) e de não calar qualquer coisa que me desassossegue. Reclamar, que seja, só pra extirpar o mal resolvido de dentro, pra não mais somatizar desconforto e esse tipo de coisa que a gente nunca quer carregar... 
Hoje é aniversário do meu pai. E custa tanto lembrar disso que eu ainda acho que aos poucos, um dia, abandono a busca da lembrança. 
Por enquanto continuo dando abrigo a minha memória.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A vida poderá ser uma caixinha de qualquer coisa

Hoje, voltando pra casa, eu vinha revisando o clichê. Somos nossas escolhas e nossas permissões. Somos nossas reações, nossos riscos. Somos certos ou não. Decididos ou não. Preocupados ou não. Somos tudo aquilo que queremos ser. Que queremos no centro do coração, nos arredores, proximidades... ou então também não. Somos tão qualquer coisa. E hoje eu soube, entre todos os clichês, que tudo pode ser tão difícil quando não se deseja o fácil.



domingo, 10 de março de 2013

De algum lugar, de qualquer forma.


Consigo enlouquecer de saudade e de culpa, porque sentimentos se misturam. E se confundem. São variações. 
Consigo ter deslizes repetitivos e com resultados também repetitivos porque ninguém consegue concerto sozinho. 
Consigo me contradizer ao sentir o cansaço reforçando ou comprovando o meu sentir.
Consigo abrir muitos parênteses e o que era só acessório me faz perder a questão principal. 
Para onde quer que eu olhe, nesses dias entediantes, eu consigo, até, não me dar bem com as palavras. Nessas horas é uma insanidade se convencer de que a única maneira pra desencadear uma frase completa é escrever...
Eu consigo muitas coisas. Eu sei que eu consigo muitas coisas dentro dessa desorganização absoluta. Coisas que eu sei, também, que podem não extrair o melhor de mim. Coisas que não são sequer o melhor de mim.
Mas quando de longe certas histórias ameaçam mudar, quando eu tento não errar por/no desespero,  quando eu não suporto ver nada do que eu mais quero se desestabilizar ou quando eu vejo tentando não me doer inteira, uma parte sólida de mim, que é fragilidade, sabe que desajustadamente precisa recomeçar. 
De alguma forma, de qualquer lugar.